Estilos de samba

Samba de gafieira

O samba de gafieira é uma forma animada e elegante de dançar o samba, caracterizada por seus passos ritmados, movimentos sincronizados e a atmosfera descontraída das antigas casas de dança. Originário do Brasil, o samba de gafieira ganhou destaque nos anos 1940 e 1950, e desde então tem sido uma das principais expressões da dança de salão no país.

Diferente do samba de roda ou do samba enredo no carnaval, o samba de gafieira é uma dança a dois, onde o par se movimenta em harmonia ao som da música. A palavra “gafieira” tem origem no termo “gaf”, que significa “gafe” ou “erro”, referindo-se à leveza e naturalidade dos movimentos, mesmo que ocorram pequenos deslizes ou improvisações durante a dança.

A música do samba de gafieira tem um ritmo marcado e contagiante, geralmente acompanhada por orquestras ou bandas ao vivo. O estilo musical é variado, incluindo clássicos do samba, choro, bossa nova e outros ritmos brasileiros, proporcionando aos dançarinos uma experiência diversificada e empolgante.

A dança do samba de gafieira é conhecida por sua energia, criatividade e versatilidade. Os casais de dançarinos se movimentam pelo salão com leveza e fluidez, alternando entre passos rápidos e passos mais lentos, e explorando diferentes figuras e sequências coreográficas.

Uma das características marcantes do samba de gafieira é a liberdade para improvisar e interpretar a música de forma única. Os dançarinos têm a oportunidade de se expressar individualmente e em parceria, criando uma conexão especial com o parceiro de dança e com a música.

Além de ser uma atividade de lazer e diversão, o samba de gafieira é uma parte importante da cultura brasileira, preservando tradições e histórias através da dança. Ao longo dos anos, essa forma de dançar tem sido ensinada e apreciada em escolas, clubes e eventos sociais, tornando-se uma tradição viva e atemporal.

O samba de gafieira transcende gerações, proporcionando momentos de alegria e descontração para pessoas de todas as idades. Sua energia contagiante e o prazer de dançar em parceria tornam essa modalidade uma das preferidas entre os amantes da dança de salão.

Através do samba de gafieira, a cultura brasileira é celebrada e compartilhada, conectando pessoas através da música, do movimento e da paixão pela dança. É uma manifestação artística que celebra a diversidade e a riqueza da cultura brasileira, inspirando e encantando a todos que têm a oportunidade de experimentar a magia do samba de gafieira.

A Origem do Samba de Gafieira

No início dos anos 1930, o samba encontrou um amplo espaço na indústria fonográfica, tornando-se também um instrumento político sob a ditadura de Getúlio Vargas durante o Estado Novo.

Notavelmente, um dos pesquisadores que se dedicou às raízes do samba também era um sambista e emergiu como um dos nomes proeminentes no Rio de Janeiro na década de 1930.

Identificado como “Almirante”, o verdadeiro nome desse estudioso era Henrique Foreis Domingues (1908 – 1980), que posteriormente se tornou radialista.

Almirante foi parte do grupo “Bando dos Tangarás”, ao lado de Noel Rosa, na Vila Isabel.

Desse modo, sua contribuição no período de Noel Rosa buscou elementos folclóricos do samba urbano do Rio e traçou conexões entre esse gênero musical e diversas influências de outros ritmos de várias regiões do Brasil.

Nomes como Wilson Batista, Noel Rosa, Cartola e Nelson Cavaquinho também se estabeleceram como referências nesse período.

O Samba como Dança

Primordialmente, o Samba de Gafieira é uma dança de salão derivada do Maxixe.

De origem africana, o ritmo intenso e envolvente do samba tornou-se um ícone no Brasil.

Contudo, o Samba de Gafieira não foi inicialmente bem aceito na sociedade, pois não se alinhava com os padrões morais da época, possivelmente devido à sua ênfase na sensualidade e nos movimentos da mulher, bem como por ser frequentemente dançado em cabarés naquela era.

Isso se dava porque esses estabelecimentos, que surgiram no século XIX e início do século XX, geralmente atraíam pessoas de classes mais modestas.

Consequentemente, esses locais passaram a ser chamados de “gafieiras”.

O Samba de Gafieira, como ficou conhecido, distingue-se do Samba no Pé por se tratar de uma dança a dois.

Originalmente, o Samba de Gafieira foi difundido pelos migrantes negros da Bahia que se estabeleceram no Rio de Janeiro durante a segunda metade do século XX, concentrando-se nos bairros cariocas da Gamboa e da Saúde.

Nesse período, outros estilos musicais, como o Maxixe, a Polca, o Xote e o Lundu, também faziam parte do cenário musical da cidade e foram incorporados à dança. Foi então que surgiu o termo informal “Partido Alto” para descrever aqueles que eram proficientes nos antigos estilos de samba.

Características do Samba de Gafieira

Indubitavelmente, a dança sofreu várias metamorfoses, e hoje é reconhecida por sua elegância e técnica, ao mesmo tempo em que mantém o “malandro” e a desenvoltura dos dançarinos. As dançarinas exibem sensualidade e movimentos ondulantes dos quadris.

Acima de tudo, a coreografia segue uma música em compasso binário e ritmo sincopado. Uma das principais características do Samba de Gafieira é a atitude do dançarino em relação à sua parceira: malícia, proteção, elegância e ritmo.

A Origem do Termo “Gafieira”

Apenas para ilustrar, “gafieira” é o local onde, aproximadamente no final do século XIX e início do século XX, as classes menos abastadas frequentavam para praticar danças em par, ou danças de salão.

Todavia, não se tratava de um clube formal, mas sim uma alternativa para essas pessoas. Conforme a história relata, as gafieiras sempre existiram no município do Rio de Janeiro.

Certamente, o termo “gafieira” é um substantivo feminino que surgiu especificamente na década de 1920, relacionado aos bailes de dança cariocas.

Portanto, a palavra “gafieira” deriva de “gafe”, já que, segundo a cultura popular, nas festas as pessoas dançavam de maneira espontânea, com movimentos por vezes constrangedores, cometendo “gafes”.