Carnaval do Rio de Janeiro 2023
Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense foi declarada a grande vencedora do grupo especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Durante seu desfile, a escola escolheu o enredo da história de Lampião como tema principal. Como resultado, a Império Serrano foi rebaixada para a série ouro.
Após 22 anos, a Imperatriz conquistou seu primeiro título desde seu retorno ao grupo especial no último Carnaval. Essa vitória representa a nona vez que a escola recebe o troféu.
De forma histórica, a Imperatriz Leopoldinense se vestiu como cangaceira e trouxe para a avenida a narrativa de Lampião. Conhecida como Rainha de Ramos, no bairro da zona Norte do Rio de Janeiro, a escola cantou o refrão “O sofrimento do homem que foi tratado com hostilidade pelo maldito, e o santíssimo não lhe concedeu refúgio”.
A Grande Rio conseguiu boas notas com seu samba-enredo sobre o cantor Zeca Pagodinho. A escola atravessou o Sambódromo com o tema “Ô Zeca, onde está o pagode? Andei descalço, em carroça e trem, procurando por Xerém, para te ver, abraçar, beber e tocar”.
A Mangueira realizou uma viagem às raízes africanas e prestou homenagem ao Carnaval da Bahia, encerrando o primeiro dia de desfiles. Com Alcione representando as mulheres negras, elas tiveram destaque na avenida.
Algumas escolas enfrentaram problemas. Pouco antes de entrar na avenida, um dos carros abre alas da Beija-Flor pegou fogo, assustando os integrantes da escola.
A Unidos da Tijuca também teve dificuldades. Um dos carros, que representava o Farol da Barra, sofreu danos e desfilou avariado na avenida.
A primeira noite de desfile das escolas de samba de RJ no carnaval 2023
A noite de estreia dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro no carnaval de 2023 foi marcada por destaques para Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e Estação Primeira de Mangueira. Além disso, neste domingo (19), também desfilaram pela Sapucaí o Império Serrano, a Mocidade Independente de Padre Miguel e a escola Acadêmicos do Salgueiro.
Duas das escolas prestaram homenagens à Bahia. A Tijuca apresentou a história da Baía de Todos os Santos, enquanto a Mangueira trouxe o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”.
A escola Acadêmicos do Grande Rio prestou um tributo a Zeca Pagodinho em sua passagem pela Avenida, e o Império Serrano, que abriu os desfiles do dia na Sapucaí, teve Arlindo Cruz como tema de seu enredo. Ambos os artistas participaram dos respectivos desfiles.
Por sua vez, a Mocidade dedicou sua apresentação ao Mestre Vitalino (1909-1963) e aos artistas que mantêm viva sua obra, enquanto o Salgueiro trouxe um novo olhar sobre o Jardim do Éden, questionando preconceitos e pecados.
Império Serrano
Após dois anos de ausência, o Império Serrano abriu a noite de desfiles do Grupo Especial. A presença do homenageado Arlindo Cruz sentado em um trono e alas divertidas que representavam composições criadas ou cantadas por ele foram os elementos que garantiram a quebra do jejum de 40 anos sem títulos.
Grande Rio
A atual campeã, Acadêmicos do Grande Rio, prestou uma homenagem a Zeca Pagodinho, com várias alas relacionadas às crenças do sambista (São Jorge, Oxum, Ogum, Cosme e Damião). Zeca veio no último carro, acompanhado de sua esposa Mônica. O desfile contou também com a rainha de bateria Paolla Oliveira, que estava com uma fantasia em homenagem a Ogum.
Mocidade
A Mocidade Independente de Padre Miguel fez um tributo a Mestre Vitalino (1909-1963) e aos artistas que mantêm o legado vivo do artesão pernambucano. As obras dele e de seus herdeiros foram representadas nas paisagens, matérias-primas e personagens que coloriram o desfile. Tons terrosos foram usados para criar a impressão de que os carros, esculturas e fantasias eram feitos de barro.
Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca trouxe para a Sapucaí a cultura e a história da Baía de Todos os Santos, na Bahia. A escola apresentou uma narrativa lúdica com sereias, peixes, botos, histórias de pescadores, festas e lendas da população ribeirinha local. Juliana Alves desfilou como Iemanjá e a comissão de frente impressionou com um show de luzes.
Salgueiro
O Salgueiro apresentou uma nova visão do Jardim do Éden, retratando um Paraíso sem julgamentos. O enredo também prestou uma homenagem ao carnavalesco Joãosinho Trinta e fez referências aos sete pecados capitais. O carro abre-alas impressionou pelo seu tamanho, medindo 100 metros de comprimento e até 20 metros de altura.
Mangueira
A Mangueira fez um desfile em homenagem às diferentes Áfricas que contribuíram para a construção do carnaval na Bahia. Com o objetivo de conquistar o seu 21º título, a Estação Primeira cantou o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. Na Sapucaí, a escola contou uma história cronologicamente, desde os cortejos afro-baianos do século 19 até os dias atuais.
A segunda noite de desfile das escolas de samba de RJ no carnaval 2023
No Grupo Especial do Rio, a segunda e última noite de desfiles ocorrida em 20 de fevereiro foi marcada pelas apresentações das escolas Unidos de Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense e Unidos do Viradouro. Além delas, também desfilaram a Paraíso do Tuiuti, Portela e Beija-Flor.
A escola Unidos de Vila Isabel foi a terceira a se apresentar e trouxe como tema de seu enredo as diferentes formas de celebrar a fé. Já a Imperatriz Leopoldinense se inspirou na literatura de cordel para contar a história de Lampião. Por fim, a Unidos do Viradouro encerrou a noite com um enredo sobre a história de Rosa Maria Egipcíaca.
Durante os desfiles, a Portela, que comemorava o centenário da escola em seu enredo, enfrentou problemas com dois carros alegóricos. Os integrantes não conseguiram mantê-los alinhados na Avenida, resultando em espaços vazios entre as alas.
A Beija-Flor de Nilópolis, que abordou o tema da independência na Bahia em 1823, enfrentou contratempos ainda na concentração. Parte do carro abre-alas pegou fogo e o destaque Edson Assis precisou ser resgatado pelos bombeiros.
Paraíso do Tuiuti
A Paraíso do Tuiuti apresentou a trajetória dos “mogangueiros da cara preta”, retratando a viagem de um búfalo indiano até a Ilha de Marajó, no Pará. Além dos búfalos, a escola desfilou com fantasias e estátuas representando onças, peixes, macacos, tartarugas, pavões, tigres e vários outros animais.
Portela
A Portela celebrou seu centenário através de um desfile que recontou sua história. Personagens marcantes e enredos campeões foram lembrados, contando com a presença de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. No entanto, houve tensão devido aos buracos deixados na avenida pelo terceiro carro e o último carro. Foi desafiador para os integrantes manterem esses carros alinhados, e eles inclinaram durante o percurso.
Vila Isabel
A Vila Isabel mostrou diversas formas de celebrar a fé. O enredo assinado pelo carnavalesco Paulo Barros trouxe surpresas, como componentes flutuantes, uma representação “futurista” de São Jorge, um carro percorrendo a avenida e uma troca de roupa da porta-bandeira. A rainha de bateria Sabrina Sato usou uma fantasia inspirada nas Festas de São João.
Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense encontrou inspiração na literatura de cordel para celebrar a história de Lampião, o rei do Cangaço, e a cultura nordestina de modo geral. O destaque da última alegoria foi Expedita Ferreira da Silva, filha do cangaceiro e de Maria Bonita. Aos 90 anos, ela já havia participado do desfile da Mancha Verde em São Paulo no domingo (19).
Beija-Flor
A Beija-Flor de Nilópolis foi a penúltima escola a desfilar na Sapucaí neste último dia de desfiles. O enredo escolhido foi “Brava gente, o grito dos excluídos no bicentenário da independência”, que relembrou o dia 2 de julho de 1823, quando ocorreu a independência do Brasil na Bahia. A escola enfrentou um problema durante a concentração, quando parte do carro abre-alas pegou fogo. A cantora Ludmilla se juntou a Neguinho da Beija-Flor nos microfones.
Viradouro
A Viradouro encerrou os desfiles do Grupo Especial do Rio com o objetivo de corrigir uma injustiça. A sexta escola a desfilar na Sapucaí trouxe um desfile em homenagem a Rosa Maria Egipcíaca, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil, que foi esquecida pela história.
Famosos na Sapucaí
Em 2023, o carnaval do Rio de Janeiro contou com a presença de diversos personagens famosos que abrilhantaram ainda mais as escolas de samba e encantaram o público presente na Sapucaí. Celebridades de diferentes áreas trouxeram seu talento e carisma para as avenidas, tornando a festa carioca ainda mais especial.
Entre os famosos que desfilaram no carnaval carioca em 2023, destacam-se personalidades da música, televisão, esporte e moda. A cantora IZA foi uma das grandes atrações, desfilando como Rainha de Bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, e levando seu talento vocal e dançante para a passarela do samba.
Outra figura marcante foi a presença do ator Babu Santana, que desfilou como destaque em uma das alas da escola Grande Rio, encantando o público com sua simpatia e carisma.
Além disso, outras celebridades também marcaram presença na folia carioca em 2023, como a atriz Paolla Oliveira, que desfilou como Rainha de Bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, e o cantor Ferrugem, que desfilou como destaque em uma das alegorias da escola Unidos da Tijuca.
A participação desses personagens famosos no carnaval do Rio de Janeiro acrescentou brilho e emoção ao evento, mostrando que a festa continua atraindo pessoas de todas as áreas e de diferentes partes do Brasil e do mundo. Sua presença contribuiu para tornar a Sapucaí um verdadeiro espetáculo de cores, ritmos e alegria, celebrando a cultura brasileira de forma única e apaixonante.
O carnaval de 2023 foi mais uma vez um sucesso, reafirmando a importância dessa festa tão querida e tradicional do Brasil. Com a energia e o talento desses famosos, o carnaval do Rio de Janeiro se consolida como um dos maiores eventos culturais do mundo, capaz de unir pessoas e celebrar a diversidade e a beleza da cultura brasileira.